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Introdução
A
energia elétrica é essencial ao desenvolvimento
sócio-econômico dos países.
É
sinônimo de melhor qualidade de vida. Enquanto a
população mundial cresce e
eventualmente se estabiliza, as demandas de energia para garantir
condições de
vida adequadas onerarão severamente os recursos
disponíveis, especialmente os
dos combustíveis fósseis. Novas e diferentes
fontes de energia e métodos de
conversão terão de ser explorados e colocados em
uso prático. O sábio uso da
energia nuclear, baseado tanto na compreensão de riscos
quanto de benefícios,
será requerido para satisfazer este desafio à
realidade. Até pouco tempo atrás,
considerávamos as palavras acima como uma proposta para o
futuro. Está claro,
principalmente devido ao aquecimento global acelerado e pela
necessidade da
conservação dos recursos existentes, que esta
proposta é urgente e vital.
A
energia nuclear é a única que tem todas as suas
etapas devidamente monitoradas
e sob total controle, sem liberar qualquer produto nocivo ao meio
ambiente. O
fato de a geração de energia nuclear em nada
contribuir para o efeito estufa,
que vem provocando o aquecimento do planeta e
alterações climáticas
preocupantes, tem levado organizações e
líderes de movimentos ambientalistas –
antes ferrenhos críticos à
construção de usinas nucleares – a
reverem suas
posições. Terceira fonte mais utilizada
mundialmente, é baseada em tecnologia
madura e comprovada. Os aspectos ambientais da indústria
nuclear, em sua
totalidade, se comparam favoravelmente às alternativas
existentes para a
produção de energia elétrica em
grandes quantidades. A diversificação da
geração expande a oferta de energia e evita a
dependência de uma única fonte.
A
indústria nuclear é uma das poucas atividades com
interferência humana que tem
capacidade para controlar totalmente os rejeitos que produz. Os
rejeitos são
classificados pelo seu teor de radioatividade. Nas usinas de Angra, por
exemplo, os rejeitos classificados como de baixa radioatividade
são materiais
utilizados na operação das usinas, como luvas,
sapatilhas, roupas especiais,
equipamentos e até fitas crepes. Depois de coletados e
separados, estes materiais
sofrem um processo de descontaminação
para reduzir
seus níveis de radioatividade. Alguns materiais
são triturados e prensados,
para ocuparem menos espaço e acondicionados em recipientes
que bloqueiam a
passagem dessa radiação. Os resíduos
de média radioatividade, compostos de
filtros, efluentes líquidos solidificados e resinas
são acondicionados em uma
matriz sólida de cimento e mantidos dentro de recipientes de
aço apropriados.
Com o passar do tempo, esse material perde a radioatividade, mas
até lá tem de
ser encapsulado e armazenado em depósitos isolados e
monitorados.
O
governo brasileiro tem a firme intenção de
acelerar o andamento do programa
nuclear brasileiro, que prevê dentre outros a
construção de seis a oito usinas
até 2030 com reatores nucleares das
gerações III e IV para
geração de energia
elétrica; incineradores do lixo radioativo; a
formação de recursos humanos;
regulamentação e escolha do local do
depósito permanente de rejeitos de alta
atividade; projeto básico de um sistema nuclear para a
produção de hidrogênio; atualização e estudos de
alternativas para a
tecnologia de enriquecimento de urânio;
auto-suficiência na produção de radiofármacos.
Não há como
negar que praticamente todos os dias, os meios de
comunicação nos trazem
informações sobre assuntos relacionados
à energia nuclear, que são pouco
divulgados no ensino médio: “a
geração de energia nuclear em nada contribui para
o
efeito estufa”, usinas de Angra,
lixo
radioativo, enriquecimento de urânio, programa nuclear
brasileiro, programa
nuclear do Irã, submarino nuclear brasileiro, e outros. As
aplicações benéficas da energia
nuclear (radiografia industrial - gamagrafia,
neutrongrafia,
radioisótopos e radiofármacos,
irradiação de
alimentos, esterilização por
irradiação, análise por
ativação neutrônica,
controle de insetos e pragas, terapia por
captura de neutrons
– BNCT, etc) são pouco conhecidas
pelos estudantes do ensino médio a não ser a
parte envolvida com a física
médica utilizada em radiodiagnósticos.
Desta
forma, é indispensável a
realização de uma escola que
explore a escassez e as falhas da educação na
área nuclear no ensino médio, uma
escola de alto nível, atual, com ocorrência anual,
que atenda às deficiências
observadas quanto à preparação dos
estudantes do terceiro ano do ensino médio
para as olimpíadas internacionais, uma escola com
professores e pesquisadores
experientes na área nuclear e ensino, uma escola que tenha a
finalidade de
divulgação das inúmeras
aplicações da energia nuclear para o
benefício da sociedade
(que normalmente tem uma visão distorcida e relacionada aos
explosivos e
malefícios), uma escola que tenha a finalidade de atrair
futuros alunos com
grande potencial para os cursos de
pós-graduação. A escola proposta
é uma forma
de divulgar o árduo trabalho dos pesquisadores do IPEN e a
energia nuclear para
o ensino médio, além de estar de acordo com a
missão do IPEN. Não há
dúvidas
que o IPEN é o lugar completo e adequado para a
realização da ESCOLA AVANÇADA
DE ENERGIA NUCLEAR para o ensino médio - EAEN –
Teoria e aplicações das
ciências nucleares.
Fonte : Ishiguro,
Yuji. A Energia Nuclear para o Brasil, São Paulo: MAKRON
Books, 2002. Eletronuclear
- www.eletronuclear.gov.br INB -
Indústrias Nucleares do Brasil - www.inb.gov.br
As
usinas nucleares de Angra 1 e 2 respondem pelo abastecimento
equivalente a 40%
das necessidades do Estado do Rio de Janeiro. O Brasil possui uma das
maiores
reservas de urânio do mundo o que permite o suprimento das
necessidades
domésticas em longo prazo e a disponibilização
do
excedente ao mercado externo. O combustível nuclear agrega
tecnologia e
potencial energético a partir do urânio, e sua
linha de produção é apresentada,
de forma resumida, no Ciclo do Combustível Nuclear.